quinta-feira, 30 de abril de 2009

minhas palavras
são algo que não sou eu
sou o que faço e vário
sendo sério ou otário
elas não pertencem a mim
nem eu
que brotem nos cantos
e para lá pássaros fujam da rapinância
repugnância
que brotem nos cantos
na ânsia coerente
da coerência de cada um
pássaros não voam com uma asa só
tenha dó
não me enchem a paciência
falar de coerência não é gaiola
é sim o balançar da rabiola
que de lá pra cá, vai e volta
se enrola, desenrola
e vai compondo o movimento atmosférico
periclitante
mas resoluto na relação com o vento
e com o sujeito e seu intento
atento e distraído
em dosagens e overdoses
dosadas
palavras são como peido
por que a culpa é de quem soltou?
todo mundo solta
a culpa é delas mesmas
são elas que machucam
são elas que nos dizem
são elas que comunicam
sou as palavras que escuto
e as que não disse
e mais, nada
como posso ser uma coisa e outra?
sendo, simples
. . .
nos vários sensos
desde o comum até o moral
de vários espaços e tempos
lá fora e dentro . . .

2 comentários:

Contra-Band, rs* disse...

Bom isso hein !!!!

jaq. disse...

as vezes penso como é o processo de escrita a que sou acometida, e por vezes penso o quanto isso pode ser compartilhado. mas outras, como agora, me permito pensar que escrever assim é incomum e por isso passo aqui pra lê-lo, e até imaginá-lo a falar tais coisas.

ps.:ai suas palavras...

bj