domingo, 29 de novembro de 2009

a certeza que transparece
curtir sua beleza na luz dos olhos
imasentir sua inteireza
te chamar de princesa
viver certa realeza
do reino que reúne
eu e você

dança de casal
de salão, sozinho
de quarto e cozinha
cama, mesa e banho

império de limpeza
de fortalezas frágeis
entradas secretas
janelas misteriosas

por onde espio sua mais que nudez
vestida ou nua
sua insensatez
seus secreto sons, tons
provar seus dons
ruins e bons
com a certeza de transpirar

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

tum . . . tum
tum . . . tum
tum tum . . . tum tum
tum tum . . . tum tum
no bate e rebate
repicado, virado
acompanha o relógio das massas
passa carro, atravessa rua
fumaça, corro

meu coração acompanha?
marca o ritmo do dia a dia
funciona melhor a noite?
ou a tardinha?

marca o passo
marcado por seu passo
se nosso amor passa
passa a descompasso
numa passada de vista
e de passado se vive
até a dor passar

dor sem música
intervalo na banda de milhões
a espera de uma melodia
de um tom maior ou menor
mas com harmonia
com uma levada leve
uma linda levada

. . .

a composição solo
busca no descompasso geral
a sintonia pessoal
interpessol, impessoal

soa alto aqui dentro
muda a nota
mudo a nota
anoto cada movimento
uma batida, um momento
no intervalo entre seres
na busca de serem
o que sirva

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

discutir

se quiser
que o que você diz
venha a incutir
numa mudança
numa conduta

quando se pensa
ou simplesmente deseja
que o que se diz
esteja incutido
na própria andança

deixar tudo a limpo
com o desejo infantil
de nunca mais sujar
ou simplesmente para te esperar

deixar claro o que se sente
e conferir com o seu pensamento (doído)
ou seria a meia luz
melhor para este momento?

na escuridão da solidão
qualquer claridade
chama a atenção
acordando o coração

mas cedo ou tarde
há de se apagar
com a voz da sua vida chamando
e o coração adormecendo

não discutir
quando não se tem certeza
vaidade que ignora
a força eterna dos ventos

que preenchem o espaço
entre mim e você
ventania elétrica
que arrasta os sonhos

desilusões e esperanças
arremessadas ao ar da baía
confusas se abraçam
não entendendo a distância

se tivesse asa
voaria até você
e ainda te levaria (ou tentaria)
ao ponto mais alto de nós

nós é uma forma
dessas sem igual
de se amarrar mais de um
ficando ainda acordado