quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Iê! quem mandou viajar?
quem mandou querer?
Iê! quem mandou provar?
quem mandou rever?
a confiança e o tempo
olham de longe
vendo a si mesmos
observando os ventos

o medo e o tempo
esgotando a vida
imaginam seguranças
na reta final

tempo de duas caras
des-espera-nças
espero ao longe
desesperaí!?

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

violência não é moral
não é do mundo pessoal
violência é um fenômeno social
deve ser entendido da maneira total
acontece que para grupos sociais
a solução é o outro mundo
o extermínio
enquanto determinados grupos
adiamento do escrutínio
ou candidatura do seu filho
para o Outro o outro mundo
para a sombra negra dos hotéis da zona sul
o uniforme negro, a voz sombria
capitalismo, capitacídio
faca per capita na caveira
marcou bobeira?
ou não marcou, reagiu?
problema social seu
ninguém viu
e se visse
problema per capita somente
classe, grupo, cor? nada
tudo igual, normal, natural
na moral
a massa humana ronca
caga
comem sem saber de onde vem
pagam a não sabem quem

esses sujeitos invisíveis
com uma discrição
típica de uma sociedade de classes
agradecem a preferência

vida urbanal
banalizadora das relações sociais
tudo junto e fornecido
democrática e organizada

quem faz a realidade são eles
quem mantém ela sou eu!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

sou um ser estranho a mim mesmo
sou o que sou e o que não sou
sou o que fui e o que não fui
mesmo quando estava sendo
cindido, incompleto
inclusive na percepção de mim mesmo
ser estranho eu sou
e todos os meus iguais
bem diferentes
mas de alguma forma
biosociohistoricamente semelhantes
ser humano
estranho estado
estranha existência
arrepios, suores, desesperos, prazeres
emoções, ficções
hinos, bandeiras
. . .
somos um bicho que pulsa
e uma consciência parcial
meu coração bate sem que eu mova uma especulação sobre a existência . . .