sábado, 13 de junho de 2009

tinha que acordar cedo para trabalhar, encontrar o rei, mas nem por isso dormiu. Ao contrário, usou substâncias até tarde e dormiu na casa de seu amigo que, nos últimos tempos, vem acompanhando em adversos aditivos.
as horas, ou os minutos, parecia que nada passaria até a chegada do sono. esperava-o com a expectativa de que o mistério do novo dia não tardasse, mas o novo dia, esse sim, demorasse uma semana ou mais.
os pensamentos davam demonstração que não descansariam, mas, estranhamente, certo conforto era sentido algumas vezes. o conforto se enfraquecia com a tensa lembrança do relaxamento necessário para o sono.
isso era novo. cada vez mais frequente a necessidade de agir para dormir. não só em relação ao sono, porém, também nas refeições, nos descansos, uma ação reflexiva. preparar a fome, o sono, a vontade.
um dos pensamentos confortantes era a visão do livro 'do ato ao pensamento'. se adequava a tudo que recentemente vinha vivendo. mas em sua cabeça vinham muitos livros e afezeres que interrompiam a calmaria com a paradoxal pressa para descansar.
acreditava que reagindo ao ataque e a confusão dos livros e vozes poderia, enfim, dormir. reagia com a idéia de que não adiantava desejar, tinha que prepará-lo. a adaptação do sono ao rei, passando por alegorias . . .

ser sisudo

dente do juízo
mas o que é o juízo?
aquilo que sempre busquei contendo cada instante
na esperança de apreendê-lo
ou o contrário disso?
nada conter, nada temer de antemão
o juízo deve ser a dúvida então
a incerteza transformada em tiro certeiro
no alvo da vontade
há muito já contida pelos outros aqui dentro
outra será a vida ajuizada?
se eu tiver juízo não penso sobre isso
não adianta
não se adianta nada adian(tan)do
entre parênteses