quarta-feira, 23 de março de 2011

infância

um dia
eu gostaria de dizer
tudo aquilo que aprendi
sem no entanto parecer
que o que eu sei só eu vi

um dia
eu gostaria de contar
tudo aquilo que encontrei
andando pelos cantos de lá
ou quem sabe eu só pensei

porque você
mesmo que não saiba
sabe tanto
quanto eu sei
sabiá!

rastros

seus sinais
sino
hino
mistérios..\
astrais....../
a pino
desatinos
sérios......\
finais......./
finos
divino

pressionagem

pressupõe-se,
mesmo posto com pressa
que posso apressar
pôr, passar por isso
sem pensar
participando
com pressa de pôr
na passagem interpessoal

quinta-feira, 10 de março de 2011

BalaDoida

eu que sou
muito doidão (2x)

eu não saberia
nem imaginava
que eu e você
ah eu nem sonhava . . .

eu que sou
muito doidão (2x)

enquanto você ria
e a gente se amava
eu sonhava em ter
já a nossa casa . . .

terça-feira, 1 de março de 2011

bocantoria

ventania . . .
sopro da boca tua
toda bacante
caminhante
boca livre
falante

sorria . . .
contato nossos beiços
se lambem
ardentes
vão e vêm
mentem
o limite entre o estado pleno
calmo e sereno
e o calor do barulho
da agitação
se apresenta na visão da beleza
fora de nós
e o abismo frio
da alma aflita

face a realidade
é fato que me limito
a ser apenas o meio
em que o natural
passa por um artífice qualquer . . .

refração do mundo em mim

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

há de vir lá
há de virar

o tempo já
pois se virar

eu posso até
voltar a fé

há de virar
há de haver ar

pra respirar
respirar o ar

o ar que houver
se não houver

o que haverá?

há de haver algo
que satisfaça a alma
ou que pelo menos
a mantenha calma
muito calma
calma a alma


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

eu vi
na mata eu vi
meu passarinho
cantando assim (2x)

você ouviu?
quer escutar?
meu passarinho
bater asas e voar (2x)

para levar
para longe o que
aquilo tudo
que eu queria dizer!

eu quero-quero ficar com você
não sabiá como ia fazer
eu bem-te-vi quando sonhava . . .
e pica-pau quando te levava pra casa! (2x)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

há de ter algo que satisfaça a alma
ou pelo menos a mantenha calma . . .

sábado, 15 de janeiro de 2011

afundado em superficção

devo sim tratar as coisas na superfície!

mas que perda não seria deixar de perder-me?
nos vales e leitos das coisas
o subterrâneo entendimento
rasteiro, sublime

lá no alto
nos topos e encostas
a luz e o vento revelam linhas e contornos
diferenciando e definindo toda experiência

deixando certos entendimentos

basta! tenho sim
fora essa emoção científica toda
de permanecer a um pé da coisa
cautela devida
sem mais meio ou fim
somente a devida atenção

devo imaginar
o tal e qual sobre
de maneira que
esta ou aquela certeza
esteja girando
em ciranda
sobre mim

e numa posição de criação
ver-me voltado para dentro
imaginando o eu sentido
uma imagem, densa e animada
vida orgânica
realizadora de projeções

projeto ao meu redor
filamentos do desejo e do sonho
e de repente me percebo
apenas parte desejada de mim mesmo
projeto de mim, do eu
de deus

ah . . . permanecer na superfície
o ar de tão leve
rarefeito . . .
nuvem
chão
pântano, água, terra
devida profundidade

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

gregário . . .
permissivo com a solidão

aos amigos

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

a ignorância
não é desconhecer
é, talvez, desconhecer pouco
de si conhecer pouco
ou demais

pode-se bem saber
e mal dizer
e ainda bem dizer
o mal pensado

segue-se ignorando-se
pouco sangue derramado
suando frio, gelado
carinho
arte de ser pequeno
cara a cara
cara limpa
gesto, palavra

pequena
arte de ter carinho . . .