sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

o espanto do óbvio
não o óbvio em mim
mas o mais que óbvio
o da coisa mesma
o dermoronamente geral
o tropeçar de costas
um teto preto
fraqueza de febre
com uma leve e densa cegueira
o desaparecimento desejado . . .
de repente ou demoradamente
normalidade
sereno
humilde refazer-se dos cacos
fantasia de carnaval
catada perdida nos cantos
entre as coisas familiares
um prazer estranho
estranhamente doloroso . . .

nos espaços vazios
mas carregados de movimentos
reais ou não
histórias . . .
vazio sentido realmente
leve solidão
em meio a um palco de multidões
que ainda cedo
com sol bem em frente aos olhos
permanece vazio
e para esse espaço
parece querer fugir minha substância

. . . sensação estranha
prazerozamente dolorosa
feliz estado
em que por um motivo qualquer
- não pensado muito
porque não cabido -
sereno, serenata
se estabelece boa visão
sintonia entre o visível
e o visto - para mim ao menos
sensação de estar vivo
e só, somente
observando o observável
e o observível
desejável
projetável realmente
cabível . . .
boa luz
inspiração

domingo, 14 de fevereiro de 2010

mistério da noite quase tranquila
és tão plena de ar e clima
és calma e tentadora . . .
quando louco te percorro sem notar
me surpreendes
me faz observar
ah . . . observar
sorver o real
no que ele tem de objetivo
apreender e aprender o que se vê
naquele instante momento somente
sem pretender porém
algo tão especial assim
algo tão definitivo . . .
até tu noite tranquila
há de se acabar
há de se acabar eu
há de se acabar tu
tranquilidade, felicidade
e outras qualidades
aproveita-se na hora
pois não é coisa
é estado . . .
hei de aprender
noite tranquila
quando pintar
vaidade, ansiedade
e outras superficialidades
cuja profundidade confunde
fazendo crer que é real
quando se trata de trato
de trela de mim pra mim
sendo outro personagem
simples assim . . .
noite tranquila
seu silêncio fez coro
para o decoro das vozes
que resolveram falar polidamente
mas que de tanto ouvi-las
já as carrego gravadas na cabeça . . .

marchinha avoada

eu quero-quero ficar com você

não sabiá como ia fazer

eu bem-te-vi quando sonhava . . .

e pica-pau quando te levava pra casa!
é dessas que vem de primeira, sem eira nem beira, pensando em dizer por dizer pra dizer bem sério . . . 'minha carne é de carnaval, meu coração é igual/aqueles que tem um seta e quatro letras de amor/por isso onde quer que eu ande, em qualquer pedaço eu faço um campo grande' . . . são influências que chegam de todos os lados, despertando e adormecendo, escurecendo e clareando . . . são propostas de algo que seja eu sendo eu vários mesmo assim, dizendo sim ou não, sendo lúcifer ou um inocente querubim . . . vou indo no bloco com bateria, com cadência, com ritmo e alegria . . . essas que saem assim como que não quer nada, de propósito só com o propósito de ser sem . . . é carnaval e eu também . . .

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

coletílico

a luz acabou
mas a cerveja chegou
o vento levou
tudo pra longe

de distância não vivo
meu coração não é cativo
porque a vida acolhe
os seres aflitos

sigo no compasso
no que digo e faço
se continuo, não volto
se quero não solto

e quando a luz chegar
se o bloco passar
sei que vou ficar
chapado aqui . . . ou em qualquer bar

(treeangulo/coyote/PS)
os ciclos naturais
são mais que normais
são fenomenais
alguns encontros e sinais

o mar movimenta
muda, se inventa
dia a dia
ano a ano

Má é mulher
linda da cabeça ao pé
onda a onda
maré em maré

Má não é boa nem má
se Má, ria na vida
Má, ria na chama
Má, ria na cama

encanto
plenitude
acalanto
atitude

silêncio
sem peso na leveza
coração calmo
alguma certeza

Má, ria na vontade
mas Má é uma infinidade
segue o coração
de pouca muita idade . . .
. . . pouca muita saudade . . .
. . . saudações urgentes . . .
em cada caso
em todo caso
ali me acabo

e se eu prossigo
trato contigo
ao fim e ao cabo

gasto o encanto
mesmo no canto
canto encantado

pergunto se posso
a cabeça eu coço
e fico abobado

continuaria escrevendo
inspiração imagitevendo
o por vivido

encontro não pensado
ou até planejado
mas mais que querido