domingo, 8 de fevereiro de 2009

uma sede de tudo
água cuja nascente brota agora e pra todo sempre
ocupar-me com mais formas de ver, crer, sentir
dissolvo-me na esperança de dissolvido
não sinta mais sede, sou água
sou fogo e tudo mais, humano e não humano
mas já não sou, estou isso tudo sempre?
meu pensamento e meu corpo interligados
interligam, luzes, escuridão, movimento
ligam e desligam, acordo e durmo como se não fosse comigo
como se fosse, sendo, tudo mesmo?
quis porque quis querer ver e sentir, mexer
e me pergunto se o faço ou não seria feito
seria mas eu não teria matado minha sede de participar
de estar ciente, incluído na Vida
medo da morte? ou um desafio silencioso e contido
buscando a imensidão e o retorno
a ida e a volta, voo para todas as direções
sentir os diferentes ares, sentires, pesares, tudo
querendo tudo me defino no todo
meu corpo tem sede e fome, calor e frio
minha alma, consciência, tem loucura e loucura controlada
reminiscências que projetam-se num ciclo infinito em que tudo tem um fim
em busca da busca de tudo, de mim mesmo
parte, folha da árvore?
Sou semente que aspira, respira, voa, cresce
levada por seres e forças
pra lá pra fora . . . pra dentro.

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