quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

luminosa noite
anuviada
farol na chuva
névoa, voa . . .
caminho longo
para dentro
e quando fora
buscando seu interior
inteiramente
claro, é claro
de que inteiramente
nada se sabe

é sabido, sabe-se
que o caminho
não tem a ver com espaço
e com o tempo
possui uma relação inventada

porém, ah porém
nesse samba marcado
cada um no seu momento-espaço
no seu espaço momentâneo
subterrâneo, disfarçado
naturalmente atento
com os olhos, mil olhos
laterais, periféricos
ciente (de não ver importâncias)
paciente
ciente de suas patologias

se nisso ou naquilo sou pato
é nesse ou naquele objeto
que passarei meu tempo
e caminharei milhas

ah . . . transtornado e feliz
transformar o tempo em potência
e o espaço nesse passo
sambado, xoteado
tocado por sons
tocando seus dons
tocando entre bons
tocado pelos tons
megatons, elétrons
geradores de cores
luminosas e anuviadas

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